Poesias minhas dos últimos anos...

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(em 27/09/2006)

"O mais difícil não é saber do numinoso,
mas saber-se dele longe demais.
Nesta perversa geografia sem gozo,
é no interior que meus pecados são capitais"


"Poesia é a indulgência vestida de veludo:
Perdoa-se - pela forma - o conteúdo"

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(em 28/09/2006)

"Me perdi e perdido, perdoei;
esqueci, e por isso, mais amei...
Eu cresci, já de tanto que mudei
Que senti, o que sinto, já nem sei.."

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(em 29/09/2006)

"Eu sei demais, para ser feliz,
mas sinto tanto, que não sou triste
saber do mundo, sentir a ti
sabendo em ti que a felicidade existe"


"Responda, Pessoa, ao pobre indeciso
Tu que és poeta de mente tão vasta...
Se navegar me recorda que viver não é preciso,
A poesia é a prova de que a vida não basta."

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(em 25/10/2006)

"Tem dia, tem dia
que sol quente vem
depois de chuva fria...
Tem dia, porém, tem dia,
que passo, de supetão
da eufórica alegria
à triste monotonia...
Life can be warm or cold to you
unless
You know always what to dress
Tem dia, meu Deus, tem dia
que até em inglês sai poesia."

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(em 08/11/2006)

"És bela...
...de uma beleza antiga /
dessas que não se faz mais /
num mundo de peitos e pernas/
cabelos e almas, artificiais."

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(em 11/11/2006)

"Nasci pessoa praiera,
depois vim pros Gerais...
eu corria nas Paineiras,
hoje planto Jatobás
Vim da terra bossa-nova
Gentileza era profeta
Se aqui Guimarães é pRosa,
é Vinicius meu poeta

Lugares não estão nos lugares
Lugares são dentro da gente
Quando no espaço da alma
A geografia é diferente

Drummond galgou o mundo
Pra morrer colado ao mar
Também mergulhei no profundo
Hei de um dia ao mar voltar.”

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(em 11/11/2006)

Escrevo pois não calo, quando falo, desespero
Escrevo porque arde, e com a pena, me flagelo
Escrevo porque é fluido,
Defenestro, pouco cuido.
Beberia se líquido fosse
(fatal lágrima, agridoce)
se fosse sólido, comê-lo-ia (ha ha ha)
(e a dureza me mataria)